Olá, leitoras do blog Maternidade Interrompida!



Hoje vou escrever um pouco sobre a perda neonatal relacionada à produção de leite materno.

Perder um filho no início da gestação não é fácil, mas imagino que, perder o mesmo com idade gestacional mais avançada ou até quando o bebê é natimorto ou também bebês que se vão após uma jornada de CTI, deve ser ainda mais difícil e doloroso.

Muitas perguntas surgem nesse momento de desamparo e uma delas é  com relação à produção de leite (colostro) que se inicia logo após o “parto”.

E a pergunta é: o que fazer com essa produção de leite sem o bebê para mamar? Secar o leite? Doar?

São vários os questionamentos acerca desse assunto. Mas, somente essa mãe poderá decidir o que fazer, juntamente com o auxílio do seu parceiro e de profissionais capacitados e que entenderão o que se passa por trás daquelas mamas, dentro daquele coração de mãe.

A dor da perda e da saudade é solitária, sufoca, aperta o peito, nos faz questionar sobre o acontecido. Muito carinho, cuidado, compreensão e amor, são essenciais nesse momento.

É importante ressaltar a importância do acompanhamento dessa mãe, por profissionais especializados, para norteá-la sobre o que e como fazer, diante dessa perda e da manutenção ou não dessa produção de leite. Tarefa delicada em um momento ainda mais delicado para essa mãe.

Algumas mães decidem doar o leite por um tempo, para sentir a presença do filho, ajudando outros bebês que tanto precisam. Já outras, decidem secar o leite para tentar se reerguer e não ter a lembrança inevitável e irreparável da perda daquele ser de luz, daquele anjinho que se foi e que deveria estar mamando esse leite cheio de amor. Seja qual for a decisão dessa mãe, ela tem que ser respeitada e sobretudo amparada diante dessa vivência dolorosa.

Estamos juntas nessa caminhada, contem comigo!

E não se esqueçam de um detalhe: vocês são fortes, guerreiras e MÃES... Sempre!

Um beijo carinhoso no coração de cada uma de vocês!

Marina Martins

Enfermeira

Consultora em Aleitamento Materno no Instituto Nascer

COREM - MG432969

É com muita alegria e gratidão que o Maternidade Interrompida recebe a parceria e colaboração da Enfermeira e Consultora em Aleitamento Materno Marina Martins!
Hoje, segue sua primeira postagem para vocês!

Por Marina Martins

É com imenso prazer que inicio nossa parceria na troca de experiências, informações e abraços virtuais cheios de carinho.
Escrever sobre a perda de um filho, independente da fase em que ocorreu é extremamente difícil e doloroso, mas precisamos nos unir para tentarmos entender que Deus tem propósitos para nós que, no início não entendemos, mas que depois farão todo sentido.
Claro que a dor não passa! E, sinceramente, fico chateada quando ouço algo do tipo: “a vida tem que seguir” ou “isso vai passar” ou “a dor vai se transformar em lembranças” ou “daqui a pouco você engravidará de novo” ou “você ainda tem muitos anos pela frente”, dentre outras diversas frases nada consoladoras.
SOMENTE quem passou por tal situação sabe do que estou falando e não, não conseguirão imaginar a dor da perda de um filho.
Mas enfim, aqui estamos para nos fortalecer e, cada vez mais, compreendermos os motivos pelas dores pelas quais passamos.
Nada se compara com a emoção de ouvir as células cardíacas se contraindo e emitindo o famoso som do coração nos primeiros exames de ultrassonografia. Indescritível!
Acredito que a mesma só não deve ser maior do que o nascimento. Espero poder sentir essa emoção mais uma vez e curtir com muito amor, cada etapa que foi interrompida.
Hoje estou apenas iniciando nosso contato, para que nas próximas postagens, possa abordar temas específicos e que serão de extrema importância para nos apoiarmos.
Contem comigo e com meu carinho sincero para seguirmos firmes e fortes, sem julgamentos e comentários desnecessários de pessoas que dizem saber ou imaginar o que estamos sentindo.
Um beijo no coração de cada uma de vocês e até a próxima postagem!

 

Marina Martins

Enfermeira

Consultora em Aleitamento Materno no Instituto Nascer

COREM - MG432969