A perda de um bebê, de um filho (a) tão desejado é uma vivência traumática, uma devastação na alma. É um grande sofrimento psíquico e físico. Engana-se quem pensa que a dor da perda gestacional, seja de um aborto espontâneo, seja de uma gestação interrompida, acaba quando se perde o bebê. Não, e não mesmo! Não é somente uma gravidez que se perdeu, e sim um filho e com a perda dele, um vínculo que é rompido. Sonhos e esperanças interrompidos. Desejo de gestar adiado e um turbilhão de emoções acerca da perda. Dúvidas, medo, frustração, culpa, vergonha, vazio, desesperança. Como? Isso não podia ter acontecido! Afinal, morrer antes de nascer está na contramão da vida!
Se infelizmente, o bebê não teve tempo para nascer, não nos esqueçamos que a relação da mãe com o seu bebê nasce muito antes do próprio nascimento “real” do filho.
Como lidar com a interrupção da maternidade? Como se reposicionar diante da vida, do Outro? Como se esvaziar –se de tantos sentimentos que ora eram de alegria, felicidade, conquista, planos, projetos, investimentos e esperança e lidar com sentimentos contrários diante da perda e do desamparo?
Cada MÃE vai ter sua resposta emocional diante da perda de forma singular e é necessário que se sinta acolhida em sua dor, apoiada, compreendida. Que receba atenção e informação médica e psíquica. Que tenha TEMPO para escutar sua própria dor e TEMPO para elaborar e ressignificar o luto e o enorme vazio provocado pela perda gestacional.
Pensando neste sofrimento emocional e físico da perda gestacional, que o consultório Via Palavra, oferece um espaço terapêutico para acolher, partilhar, escutar, informar e orientar, Mães, Pais, Familiares que estão vivenciando a perda de um bebê a qualquer tempo do período gestacional.
A vivência traumática diante da perda não precisa ser vivenciada de forma solitária. A dor, o vazio, a tristeza, os sentimentos muitas vezes confusos podem e devem ser partilhados e a estes sentimentos atribuir –lhes representações a tão dolorosa perda.
Sem dúvida, é um sofrimento genuíno, legítimo e deve ser acolhido, porque a perda de um filho se não elaborada, não ressignificada, não CHORADA pode refletir no emocional não só desta Mãe –Mulher, mais também do seu parceiro impactando muitas vezes a relação do casal, bem como também, da relação com o filho (a) que já possa existir no núcleo familiar.
É preciso desmitificar certos conceitos e mitos acerca da perda gestacional bem como dignificar este sofrimento e reconhece-lo socialmente.